Eu procuro por pequenos milagres
Eu quero ver luz ao abrir os olhos
Eu respiro fundo para alcançar o cheiro do dom
E quando fecho os olhos espero viagens
Todos os dias vivemos algumas mesmas situações, e os ciclos sempre se repetem. Mesmo quem não vive uma rotina padrão, repetitiva, acaba de alguma forma caindo no mesmo de algum tipo de diversidade. E sempre me pergunto de onde vem essa necessidade sufocante de coisas novas. E sempre me pergunto porque a novidade não se sustenta por muito tempo.
Eu procuro, como uma planta procura a luz para sobreviver, eu procuro epifanias. Eu procuro justificativas, respostas, motivos para valer a pena. E sei que é preciso ver milagre em todas as coisas, do contrário tudo se resume a tédio e desordem. E talvez o caos seja mesmo essa harmonia fora de ordem que sempre dá certo no final e eu nunca entendo o porque. O que me queima e eu rejeito pode ser a fagulha do desejo declarado, ou reprimido, que a controvérsia do medo não me deixa perceber.
Talvez quando a pele murche e os pensamentos tropecem no tempo, o consciência etérea consiga satisfazer a fome de vida que o corpo jovem não é capaz de encerrar.