Agora voltando para os humanos-pseudo-avestruzes, a má notícia é que não há o que fazer. Você não pode simplesmente enfiar a cabeça em um buraco qualquer (e tem gente que leva isso muito a sério) para fugir de situações que te desagradam, momentos em que é difícil olhar nos olhos da vida e perguntar em voz alta: e agora? Ou pior ainda, momentos em que é preciso olhar seus próprios olhos no espelho e fazer para si mesmo essa pergunta.Talvez a própria vida esteja tão assustada quanto você diante dos fatos. Mas quem falou que a natureza não tem suas estratégias? E a coisa pode não ser tão perfeita como queremos, mas algum proveito podemos tirar dos ensinamentos do mestre avestruz. O que quero dizer, meus caros, é que existem momentos em que devemos parar, respirar fundo, e chegar bem perto do problema, talvez tocar nele para sentir sua vibração. É preciso perceber o que a vida espera da gente, é preciso confrontar com aquilo que esperamos dela. Quem tem mais a oferecer?
Simples, né? Rápido percebemos que somos uma insignificância se comparados à infinidade de possibilidades que a vida nos oferece. Porque sofremos então? Porque somos passionais, meus leitores, desejamos as coisas de tal forma que entendemos não conseguir viver sem elas. Não aprendemos a abrir mão de nossos desejos, não é da nossa natureza desistir de algo que nos dá prazer (prazer?). Alguns chamam de orgulho, outros de questão de honra, há ainda os que acreditam ser pura vaidade. É verdade que se desistirmos de nossos objetivos ao primeiro sinal de dificuldade nunca iremos chegar a lugar algum, muitas vezes é preciso resistir quantas vezes forem necessárias. Acontece que existem desejos e desejos, alguns são necessários, outros totalmente dispensáveis, e são justamente esses que mais nos atormentam, enquanto aqueles deixamos de lado facilmente.
É muito difícil aceitar que não conseguimos lidar com nossos problemas, mas basta olhar ao redor para ver que isso é comum. É tolo aquele que acredita existir alguém inabalável diante de determinadas situações, mais tolo ainda aquele que acredita ser esse alguém. Então, o primeiro passo para resolver as pendências com a vida e o tal destino (se é que existe um) é aceitar que existe um problema, e que provavelmente sua solução depende de uma renúncia. Ou vocês pensavam que algo viria de graça? Não, é preciso saber negociar com a vida, sem isso ela nem ao menos nos dá ouvidos. E renúncia depende de desprendimento, de deixar ir, mesmo que com o coração amassado. É preciso saber a hora de abrir mão, é preciso ter consciência dos seus limites.
Enfim, não há receita receita para lidar com os problemas que nos sufocam a cada dia e cada vez mais. Mas com certeza há contraindicações e uma delas é que se você, na tentativa de fugir dos seus problemas enfiar a cabeça no buraco, corre o risco de morrer sufocado, e não é pela terra, mas sim pela própria dor reprimida e pelos pensamentos não revelados. O avestruz já aprendeu isso.
Confesso que por várias vezes já me acovardei diante de um problema por ter medo de encará-lo. Mas ao longo da vida aprendi, que se agirmos como o avestruz (da maneira certa) e não fugirmos do problema, por mais difícil que seja no momento, depois se sentirá bem mais aliviado. Primeiro post, melhor impossível, adorei! Sempre passarei por aqui! Abraço meu caro.
ResponderExcluirDe fato, muitas vezes, queremos fugir e na maioria delas é a opção mais fácil, mas quase nunca a melhor.
ResponderExcluirgostei muito do blog. Abraço
Curti seu modo de escrever, cara!
ResponderExcluirFica a questão? E quando se encara a realidade de frente, como se comportar?
Abração!
Obrigado pelos comentários de todos.
ResponderExcluirTom, eu penso que a intenção ao encarar de frente é entender o porque das coisas. O entendimento dos fatos é a melhor ferramenta para a solução dos problemas. Caso contrário é como no escuro procurar a própria sombra.
Abraços para todos.
Poucas pessoas vivem uma vida de fato, a maioria sobrevive justamente tentando passar por cima das barreiras que encontram. O exemplo do avestruz é otimo pra explicar isso.
ResponderExcluirAquele abraço!